A falta de capacitação técnica das polícias civil e científica em SST, responsáveis pela investigação de ocorrências fatais, é um dos fatores que dificultam o estabelecimento da relação do óbito com o acidente de trabalho, o que contribui para o aumento das subnotificações. O assunto foi tema da dissertação de mestrado do servidor da polícia científica, Adilson Ferreira Magalhães, no curso de pós-graduação da Fundacentro. Confira os detalhes nesta edição.
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Augusto Miguel Jordani
Meu nome é Augusto Miguel Jordani, sou Advogado Presidente da Comissão de Segurança, Prevenção dos Acidentes e doenças do Trabalho e dos Acidentes Globalizados, Diretor Jurídico do Sintesp Regional ABC, Administrador ABC, Administrador do Grupo: TST ABC SESMT CIPA RH BOMBEIROS eTC… No facebook, Técnico de Segurança do Trabalho desde 1982, e bombeiro desde 1974, na Rhodia S/A em Santo André-SP.
Compreendo perfeitamente as dificuldades que a Policia Técnica tem para a investigação dos acidentes fatais do trabalho, na verdade é porque esses profissionais, não tem a vivência e a experiência de um profissional Engenheiro e ou o Técnico de Segurança do Trabalho que está acostumado com o ambiente do trabalho, seja em qual segmento for, isto é, que domina a técnica da INVESTIGAÇÃO DOS ACIDENTES DO TRABALHO E OUTROS, PELA METODOLOGIA “ARVORE DAS CAUSAS”, Técnica está usada pela Empresa Rhodia S/A desde o final das anos 70 e inicio dos anos 80, onde a partir de 1984, passei a fazer parte da Equipe do SSI (SESMT) desta empresa, desde essa época aprendi a dominar a Técnica da Metodologia (ARVORE DAS CAUSAS) para investigar os acidentes do trabalho e por Política de Segurança e Prevenção de Acidentes da empresa, todos os acidentes são obrigatórios até hoje investigados com esta metodologia, não importando a gravidade do acidente, desde o mais simples até um óbito por exemplo (37 anos de experiência) Assim, como querer exigir da Policia Técnica que realize um trabalho desses sem dificuldades se desconhecem os métodos operacionais de cada atividade. Situação esta que o Engenheiro e o Técnico de Segurança podem realizar com facilidade, desde que dominem esse conhecimento. No entanto, porém é sabido, que poucos profissionais dessa área conhecem essa técnica porque a maioria das empresas no Brasil não adotam essa técnica, é muito mais fácil dizer que é “ATO INSEGURO ou CONDIÇÃO INSEGURO” Termos que não os uso a 35 anos. Que são termos apenas para encobrir as reais causas dos acidentes por desconhecimento. Para terminar, Tanto a Policia Técnica, quanto o Ministério Pública, deveriam investigar não somente os acidentes com óbito e sim, todos os acidentes do trabalho ocorridos. Agora pergunto terão condições de investigar todos? Não seria melhor de deixarmos essa incumbência para o Engenheiro e para o Técnico de Segurança do Trabalho. Estou a disposição para debates e duvidas.
Adilson Magalhães
Caro Augusto! Muito obrigado pelas considerações! O trabalho científico sem a publicidade necessária e discussão devida pela sociedade não alcança seus objetivos! Então todos os pontos de vista são muito bem-vindos!
De fato, a utilização de metodologias apropriadas na análise de acidentes de trabalho (Árvore de Causas, Análise Organizacional, etc.), é extremamente necessária e a sua não aplicação obviamente influencia os resultados das investigações policiais destes eventos, como apontado na pesquisa.
É claro que profissionais como engenheiros e técnicos de segurança do trabalho têm o know how necessário para analisar estes acidentes de trabalho, então, por isso, encontram menos dificuldades, porém, a questão em foco aqui não está relacionada a classes, mas sim com o devido esclarecimento destes fatídicos eventos que tanta dor e prejuízos causam. Além do mais, assim como o engenheiro e o técnico de segurança do trabalho têm a obrigação de investigar os acidentes de trabalho das empresas onde prestam seus serviços, a polícia tem a obrigação legal de investigar a totalidade dos óbitos por causas externas, aí incluídos os acidentes de trabalho, além dos demais acidentes de trabalho não fatais.
O trabalho na íntegra encontra-se no link: https://goo.gl/9BKqS5
Abraço!